
As suas incursões no universo da teoria da arte começou aos 19 anos, depois de concluir o ensino secundário, quando ajudou o mestre Geffroy a escrever o primeiro volume do livro Les Musées d’Europe (Os Museus da Europa). Mais tarde, entre 1901 e 1905, estudou Filologia na École Normale Supérieure, ainda hoje, uma das mais prestigiadas universidades francesas.
Após uma breve incursão no ensino secundário é convidado, em 1913, a lecionar na Universidade de Lyon. Simultaneamente, assume o cargo de diretor do Musée des Beaux-Arts, da mesma cidade. Durante este período, Focillon publicou vários artigos e estudos de história da arte que variaram desde a arte budista até Benvenuto Cellini .
Em 1924, o historiador concluiu a sua dissertação de mestrado, que teve como tema Giovanni Battista Piranesi , submetida à Universidade de Paris e nesse mesmo ano sucedeu a Émile Mâle como responsável da cadeira de Arqueologia Medieval na prestigiada Sorbonne . Manteve-se interessado em vários períodos artísticos, mas o seu ensino passou a ser focado no período medieval.
Esses anos na capital parisiense foram os mais produtivos da sua vida. Inspirou uma nova geração de medievalistas ao escrever várias monografias sobre o período medieval. Entre elas, destaca-se L’art des romans sculpteurs de 1931, e La Civilisation Occidentale au Moyen Âge, publicada numa coletânea de vários ensaios em 1933. Também neste ano começa a lecionar cursos regulares de seis semanas na Universidade de Yale (E.U.A.). No ano seguinte, muito baseado nos seus escritos sobre arte medieval, publica o livro La vie des formes (A Vida das Formas). Em 1938, o seu ensaio sobre a civilização ocidental na Idade Média reapareceu, revisto, e desta vez publicado isoladamente, com o nome Art d’Occident, le Moyen Âge, Roman et Gothique (A Arte do Ocidente – A idade Média, Românico e o Gótico). Ainda nesse ano, aceitou lecionar a cadeira de estética no Collège de France, mas com a condição de manter a sua colaboração com a Universidade de Yale.
Focillon estava nos Estados Unidos quando a Segunda Guerra Mundial rebentou na Europa, em 1939 e aí testemunhou a ocupação da França pelos nazis, em 1940. Nesse ano, foi o primeiro aluno sénior em Harvard’s Dumbarton Oaks em Washington.
Morreu em 1943, nos Estados Unidos, no mesmo ano em que foi publicado o seu ensaio Moyen âge, Survivances et Reveils.
Entre os alunos de Focillon, estiveram os historiadores de arte mais ilustres da geração seguinte. Na Sorbonne, inspirou, entre outros, André Chastel , Françoise Henry, Philippe Verdier e Louis Grodecki.
Dos seus discípulos, em Yale, destacam-se Sumner McKnight Crosby, Charles Seymour, e George Kubler. Era muito conhecido pela força das suas palestras e foi numa delas que convenceu James Ackerman a tornar-se historiador de arquitetura; Robert Branner também foi um fervoroso seguidor do seu trabalho. A entrega retórica e o discurso eloquente e quase literário de Focillon (lecionou exclusivamente em francês) tornaram-se lendários em Yale.
Focillon foi o primeiro grande historiador de arte francês a incorporar o método de ensino da história da arte baseado na tradição germânica. A sua metodologia - denominada método formalista - empregou um desenvolvimento cíclico das formas baseado na teoria da forma de Heinrich Wölfflin e Adolf von Hildebrand, uma abordagem que não tem como regra a cronologia do tempo. O teórico francês tentou estabelecer princípios formalistas de interpretação com base no que ele chamou de “visualidade pura”. O caráter objetivo que defende é a antítese da objetividade analítica que dominava a escrita de arte moderna e histórica da época. Ao contrário de Émile Mâle, Focillon, enfatizou a importância da forma sobre a iconografia ou o simbolismo. Esta visão de Focillon foi vigorosamente criticada por Meyer no artigo Schapiro Bulletin da revista Art in Moissac.
Focillon ficou conhecido por questionar muitas das bases do estilo românico, e alertou que muita arte românica, apesar de datada deste período, não poderia ser denominada como tal. Ele reforçou a arquitetura como o impulso primário artístico da Idade Média, um dado consensual entre os historiadores da arte francesa do seu tempo. O ano 1000 foi, segundo ele, o início deste período de construção, testemunhado no livro com o mesmo assunto e título.
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