sábado, 21 de janeiro de 2012

As formas no espaço


Neste capitulo, o autor começa por dizer que o espaço é definido pela forma, ou seja, é o lugar da obra de arte, que o trata de acordo com as suas necessidades, definindo-o.
De seguida, retrata o ornamento do espaço e as suas variações, sendo que, para ele, a arte ornamental “transfere-se sem alterações de uma para outra técnica” (Focillon, 1943: 34). O ornamento, “marca o vazio onde surge e confere-lhe uma existência inédita (...) Contorna, alonga e divide o campo onde se inscreve”(Focillon, 1943: 34).
No ponto seguinte, Focillon, aborda as duas ordens de figuras criadas pelo respeito e anulação do vazio, por um lado, o espaço garante a estabilidade das formas e mantem-nas intatas, por outro lado, encontra-se e confunde-se com elas.
Posteriormente, fala-nos da arquitetura e dos seus dados. Sendo esta arte exercida no espaço real, as formas são tratadas de maneira diferente, “(...)são submetidas de um modo mais passivo e restrito a elementos espaciais inalteráveis.”(Focillon, 1934: 36). “As três dimensões não são apenas a localização da arquitetura mas também a sua matéria, como o peso e o equilíbrio.”(Focillon, 1934: 36).
Para Focillon, plano, estrutura, e massa estão interligadas. Não é possível compreender plenamente a forma arquitetural no espaço resumido do traçado. Segundo o autor, as massas arquiteturais são estabelecidas segundo a afinidade das partes entre si e das partes com o todo.
Existem dois tipos de massas, a interna e a externa, sendo, segundo o autor, na interna que reside a originalidade da arquitetura, pois é aí que se cria o mundo próprio.
Em continuidade com o ponto anterior, o autor, fala-nos do reverso do espaço, sendo a luz aí tratada como um elemento de vida capaz de metamorfosear o espaço interior, colaborando, assim, com a arquitetura.
No ponto seguinte, o autor, determina o espaço e forma em escultura através da distinção de espaço-meio e espaço-limite, sendo que,  no primeiro caso,  “(...)o volume influencia de algum modo a forma, limita-lhe com rigor a expansão, e a forma aplica-se contra ele como se fosse uma mão espalmada sobre uma mesa. No segundo caso, o volume é livremente aberto à expansão dos volumes que não contém, e estes instalam-se como as formas da vida.(...)” (Focillon, 1934: 43).
Posteriormente, refere quais as variações do espaço na pintura, sendo que, segundo o autor: “Seria possível examinar da mesma maneira, aplicando os mesmos princípios, as relações da forma e do espaço na pintura, na medida em que esta arte procura representar a plenitude dos objetos presentes nas três dimensões. Mas não dispõe deste espaço completo, simula-o.”(Focillon, 1934, 44).
Por fim, explica a perspetiva cénica e o tromp-l’oeil, sendo esta, uma técnica artística que, com truques de perspetiva, cria uma ilusão ótica que mostra objetos ou formas que não existem realmente. “Cria um falso  infinito (...)” (Focillon, 1934: 52), tornando o espaço cénico ilimitado.

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