sábado, 21 de janeiro de 2012

A forma para outros autores


Este capítulo tem como suporte a investigação levada a cabo por outros teóricos e investigadores sobre a forma na obra de arte. Começamos com Herbert Read (1893 – 1968) poeta, anarquista e crítico de arte e de literatura britânico. Este autor defende que o termo forma “nada tem de misterioso” (Read, 1968: 23), uma vez que um mero dicionário oferece o seu significado: “Configuração, disposição de partes, aspeto visível”. Segundo ele, forma da obra de arte não é mais que a sua configuração, a disposição das suas partes,  a sua aparência visível. Para Read existe forma logo que há configuração, logo que duas ou mais partes se juntam para constituir certa disposição. Contudo, acrescenta que “(...) quando falamos de Forma em relação a uma obra de arte deduz-se que essa forma é de certa maneira especial, que se trata de uma forma que produz em nós certos efeitos.” (Read, 1968: 24). No entender do autor, forma não contém em si, necessariamente, a ideia de regularidade, ou de simetria, ou qualquer espécie de proporção determinada. Read (1968) exemplifica comparando o conceito de forma a um atleta:

“Quando falamos na forma de um atleta usamos a palavra num sentido que se aproxima muito à que é aplicada a uma obra de arte. Um atleta está em forma quando não tem peso supérfluo, quando os seus músculos são fortes, o seu porte desempenado, os seus movimentos precisos. Pode-se dizer precisamente o mesmo em relação a uma estátua ou a uma pintura. Tomemos um quadro como exemplo e vejamos o que acontece quando olhamos para ele. Vamos supor que se trata de um bom exemplo, e que, como se costuma dizer, nos toca. Assim, e no seguimento deste raciocínio podemos aferir que, quando nos toca, esse quadro está em boa forma” (Read, 1968: 24).

Ao mesmo tempo, Read concorda com Platão quando o filósofo grego distingue forma relativa e forma absoluta. Por relativa é entendido a forma cuja razão numérica (ou beleza) é inerente na natureza das coisas vivas ou nas suas imitações. Por forma absoluta, refere-se aquelas figuras ou abstrações que consistem em “retas, curvas e superfícies ou formas sólidas”, produzidas a partir das coisas vistas por meio de “tornos, réguas e esquadros” (Read, 1968).

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